quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Poemas de Carlos Ruiz Zafón

Fé Inabalável

Sentava-se na soleira
da porta,
todas as tardes,
e ficava a se aquecer
ao sol,
olhos perdidos no
horizonte.

Fé inabalável no
retorno dela
para dia bem próximo.

E foi assim,
todas as tardes.
Fé inabalável...
...até o fim de sua vida!




Alvos Lírios

Despeça-se dos alvos lírios encantados.
A juventude passou.
Restam rugas e memórias.
Nenhum ramo de enfeite.
Nenhum sonho de amor...




Encanto

Sorrisos que encantam os anjos,
olhares que oferecem lagos azuis.
De águas tão frescas,
de sombras tão tristes.
Apesar de tudo,
teus olhos sorriem!

Sóis e luas

Quantos sóis mais terei
de esperar
até que teus olhos se fixem
em mim?
E quantas noites mais,
com ou sem lua,
até que teu coração
também o faça?

Diz que o tempo será breve
e que luas e sóis são
escravos de nossas almas
e que, por isso,
não mais nos farão esperar...



Segredos

Não guardava segredos.
Qualquer que fosse.
Revelava-os
com aquele prazer
que só as crianças
sentem,
por serem sempre
verdadeiros
seus prazeres!

Não guardava segredos.
Distribuia-os
com um sorriso
de criança
estampado no coração!

Luar

Não basta a claridade
da lua para impedir o
total negrume na noite...

Sem o brilho dos teus olhos,
de nada serve o pobre
luar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário